quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

CPI: Conclave de Políticos Irracionais





Todos nós sabemos que jabuti não sobe em árvore. Essa é uma lógica natural. Porém, com os últimos acontecimentos na política de Goiás, continuo acreditando que os jabutis criaram asas. RedBull? Não, nada disso. Esses jabutis aprenderam a voar, com penas e asas crescidas, do descaso dos eleitores com aqueles que elegeram.

Hoje, o estado e os goianos, são reféns de anencéfalos que garantiram cargos legislativos, mediante a nossa incapacidade de votar diretamente e incompetência de fiscalizar as brincadeiras incessíveis que realizam com o poder que lhes foi concebido.  

Um dos maiores palcos de suas atuações cômicas é a Assembléia Legislativa de Goiás. Nada que possa causar estranheza acontece naquela casa. São tantos os absurdos que vemos, há tanto tempo, que nem me assusto com os cartazes de peças circenses que saem de suas portarias.

Uma das últimas bobagens que saíram da ALEGO, foi a CPI da Delta. Uma palhaçada de tamanho descomunal, criada apenas para desviar o foco de outra CPI. Esta segunda, tentava investigar as ações do bicheiro, empresário, contraventor, gente boa, ídolo nacional, o homem da TIMES brasileira, celebridade, injustiçado, dedo-podre, professor, mestre e mais alguns nomes que recebeu durante as investigações e furdunço em torno de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Enquanto a CPI dele acontecia, um tucano me afirmou claramente, em uma conversa que fiz questão de citá-la agora, as seguintes afirmações: “Souza, essa CPI não foi criada para dar resultados. Vamos combater a de Brasília. Quanto mais eles apertarem e mirarem em nosso governador, vamos pisar no calo dos que estão aqui. A verdade, é que ela está sendo criada para tirar um pouco da atenção da outra”.

Foi uma jogada que, alguns pouco defensores do governo, acharam que seria o “Ó” do borógódó, mas foi tão infantil que serviu apenas, para desqualificar, ainda mais, a credibilidade, quase inexistente, da casa. Tal prova da falta de coerência desta CPI, foi ter colocado o tucano Túlio Isac, como membro de uma ação que deveria ser séria. Dá para acreditar nisso? Isso mesmo. O Túlio Isac, aquela candura de ser humano. Aquele menino do Poupa Ganha, a estrela do “Ganhoooooouuuuu” que era veiculado em uma TV estatal e ao que parece, ainda deve o pagamento pelo espaço que locava e acima de tudo, um quase “Arélio” da língua portuguesa, que se deu ao direito de criticar professores em manifesto por melhorias de salários, citando uma correção ortográfica que quase fez o Tiririca ter um enfarte. Foi ele o gênio que disse que exigimos era escrito com “J”. Vergonha alheia.

A CPI da Delta deixou claro para o quê veio. Ela veio para esgotar a paciência de muitos e para provar a modéstia da inteligência de muitos que legislam em Goiás. Apesar de ser claramente política, ainda não entendo o motivo de terem ouvido nove agentes de segurança pública. Enquanto se ouviam delegados, oficiais da PM e agentes da PF, nomes importantes foram esquecidos. Wladmir Garcez, que não falou na outra CPI, abriu a bocarra na ALEGO. Tava em casa! A menina do Nextel, que por coincidência, era chefe de gabinete do governador também não foi ouvida. Não quiseram nem saber do jornalista Luiz Carlos Bordoni, que com certeza, tinha muito do que precisava ser dito. Nem o Rincon foi lembrado. E o Bicca, Walter Paulo, Edvaldo, Demóstenes e Furtado? Os coitadinhos foram esquecidos. Creio que ficaram decepcionados ao verem que eles não eram importantes para as investigações. Foram tratados como “zeros à esquerda”, deste valoroso ato democrático, elaborado pelos líderes da ALEGO, que compõem a base aliada do governo e que fazem, há bastante tempo, a ciranda-cirandinha pelo poder da Assembléia. Entra aquele e sai aquele outro...

Com as vísceras expostas, temos um governo que disse que não cancelaria contratos com a empresa investigada, pois os termos da licitação e cumprimento de contrato estavam corretos. Além é claro, de que um cancelamento desta prestação de serviços, causaria imensuráveis prejuízos ao estado. Então tudo ficou por isso mesmo. Hoje, as viaturas da Delta, utilizadas para a segurança do estado, são destaque no programa institucional “Avança Goiás”.

Marconi pode e prefeitos não

Uma coisa que não ficou clara e que jamais será explicada é por que Marconi pôde ter, na sua administração, contratos com a Delta e os prefeitos que fizeram contratos com a mesma, correram o risco de terem suas contas investigadas. Sigilos bancários e telefônicos quebrados. Estas chegaram a ser “exijidas” na CPI, mas foram veementemente, negadas.

Quanto mais as vísceras do governador do estado eram expostas, mais absurdos eram cometidos nas investigações teatrais de seus aliados e vassalos políticos. O golpe foi tão grande para o chefe maior do estado, que até mesmo ele, que processa qualquer um por qualquer coisa, não abriu nenhum processo contra ninguém que fez ilações sobre um possível envolvimento seu com Cachoeira. Milagre? Não!!! Ele não processou, pois é inteligente. Não seria saudável ficar remoendo esse assunto. Então ele foi pegar no pé de jornalista que falasse sobre Richard Nixon.

Somente oposição

Convidados especiais da farofada da ALEGO, Íris Rezende (PMDB) e Paulo Garcia (PT), sofreram várias tentativas de “golpe” pelos membros da banca, Como representantes de influência dos dois maiores partidos de oposição ao PSDB de Marconi. Uma ação infundada que previa apenas investigações de prefeituras e líderes que estivessem sob a bandeira dos dois partidos. Isso leva a acreditar, que a CPI da Delta, foi criada apenas para atrapalhar a vida de Petistas e PMDbistas do estado, no intuito de canonizar a imagem de Perillo. E por falar no governador, até o tio dele, falou bastante sobre o sobrinho em um jornal da capital.

Depois de atirarem para todos os lados, em mais de 270 dias de “investigações” e embromações, os imponentes ignóbeis da base aliada jogaram a bola para o Ministério Público, para tentarem desemaranhar o monte de bobagens que apuraram. Se dando ao deleite de sugerir ações ao MP, sobre o amontoado de coisa nenhuma que eles mesmos criaram e se sentem orgulhosos por tanto esterco.  

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Pra quê trabalhar em Goiás?



"Nesta semana, o governo de Goiás, fez dois anúncios interessantes. Em apenas três dias, mostrou sua clara preocupação com o funcionalismo estadual. Essas foram ações muito importantes, que dimensionam a seriedade com a qual o estado vem sido gerido, unindo forças com seus servidores, para um maior e melhor desenvolvimento de nosso estado."

Bacana este primeiro parágrafo, não é mesmo? Porém é fictício... Lamentavelmente, este parágrafo não existe. Ele é apenas fruto da imaginação de alguns poucos palacianos, que a todo custo, tentam ludibriar a realidade. Ação simples e corriqueira para aqueles que buscam apenas, garantir seu “suado e rico dinheirinho”, no fim do mês.

Esta semana anunciou-se o corte de centenas de servidores comissionados. Uma decisão polêmica, que caso seja cumprida, irá trazer muito mal-estar para as bases, amigos, negociantes e pechinchadores do estado e do governo. O motriz do cortes anunciados seria pelo intuito de se estabilizar as contas do estado. Ao que parece, o Palácio passou a sentir nos bolsos, o peso dos excessos de cargos que ainda não sabemos, se eram necessários ou não, dentro desta província.

Há muito tempo, os cargos comissionados, se tornaram uma moeda de troca valiosa dentro do poder público. A teoria de que uma mão lava a outra, funciona muito bem neste aspecto. Cargos são trocados, nepotismo cruzado evidenciado, enfim, um carguinho pode comprar muita coisa e agradar muita gente. Um carguinho apenas, daqueles que não faz mal para ninguém, serve até para pagar funcionários de campanha, filho do filho do amigo do cachorro do papagaio do vizinho.

Na verdade, são tantos cargos que inflam a folha do estado, que em determinado momento, a situação fica tão complicada, mas tão complicada, que esse saco de um monte de coisas dentro, não fecha mais. A boca não se amarra e ele passa a ser pesado de mais para continuar sendo arrastado. Então, em uma grande explosão de genialidade, alguém resolve a situação de maneira simples e eficaz. Facão nos comissionados!

Um belo discurso, com laudas de palavras bem escritas, proferidas na voz de alguém muito bem adestrado na lingüística e apresentável o suficiente para anunciar a medida tomada é o ideal. Assim se resolve um pequeno “probleminha”, que teoricamente, estaria prejudicando a vida singela de alguns milhões de goianos. Esses “agraciados” com cargos, porém de pouca sorte, são exonerados, o governo anuncia, vão para televisão, jornais, rádios e redes, sorriem, arrumam o nó da gravata, gel no cabelo bem aparado, anuncia que as contas serão estabilizadas e colocam a culpa em algum outro governo anterior.

Mesmo com toda essa coisa bonita e pirotécnica que é feita, sobram em algumas pessoas, perguntas e questionamentos simples de serem feitos e difíceis de serem respondidos. Será mesmo que isso era a solução? Seria este o motivo do déficit do estado? Teria sido culpa do governo anterior? Esses comissionados eram realmente capacitados para esses cargos ou simplesmente, até mesmo, necessários?  Quem são essas pessoas que correm o risco de acordarem desempregados? Será que elas tinham padrinhos ou parentes influentes? Será que seus padrinho ou parentes influentes ficarão satisfeitos com essas demissões? Ou será que comissionados, que possuem padrinhos ou parentes influentes, não serão afetados por esta decisão, mesmo não sendo, digamos assim, tão úteis para os cargos que exercem?

Mesmo sendo perguntas simples sem respostas, ainda sobram perguntas mais complexas, como por exemplo: Será que as pessoas responsáveis pelo planejamento das coisas que acontecem em Goiás, não previram que isso ia dar m****? Se estes cargos foram criados, talvez seja pelo fato de que eles eram necessários. Então, se foram criados eles tinham, ou deveriam ter, uma importância. Se eles eram importantes, será então que o estado vai tomar providências, para que a inexistência dessas pessoas em seus respectivos cargos, não venha a prejudicar o andamento e funcionamento dos setores estaduais?

Calma gente! Não vai parar nada não. Certeza!
Afinal de contas, tudo era apenas “recheio de lingüiça”. Esses cargos e esses comissionados, aparentemente, não farão falta alguma. E só foram demitidos pelo fato de suas funções não terem importância nenhuma. Por isso, esses bravos servidores do estado, foram sacrificados para o bem coletivo de nossa gente. Eles tiveram seus cargos decapitados, ceifados, tolhidos... para salvarem os cofres públicos, que ao que parece, caíram em algum buraco, de alguma estrada goiana. Mas que será dita como culpa do Cidim novamente.

O outro anúncio revelador foi o de que, a liderança do estado estaria muito preocupada, com alguns furos na folha de ponto. Ou seja; tem um monte de gente do governo de Goiás, que não trabalha. Gente no governo de Goiás, que não dá a mínima para suas obrigações. E com isso, não dão à mínima para quem banca os salários deles. Nós!!!
Por isso, pediu ajuda à sua equipe, para a fiscalização das folhas de ponto. Mas será que quem fiscaliza, também está trabalhando?

Goiás se tornou um grande “resort”. Ninguém trabalha, ninguém faz nada, e mesmo assim, a gerência tem um camareiro que leva a culpa toda por você. “Atenção, Cidim...  compareça à recepção. Temos mais uma mala de culpas para você carregar.”
A força do coração do Brasil parece estar sofrendo de arritmia.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Estradas goianas