terça-feira, 27 de março de 2012

Quem vai pagar a conta da prefeitura?


A operação Monte Carlo I, parece que está querendo ficar na história dos políticos goianos. A espera por novas descobertas, chega a ser desumana e agonizante. As informações são disponibilizadas de uma forma que parece ter saído de um conta-gotas. Doses homeopáticas de novas surpresas aguçam, ainda mais, os interesses pelo que ainda está por vir.


Noticiadas diariamente, os esquemas utilizados pelos componentes dessa rede de acusações, apesar de ser um jogo de cartas marcadas, ninguém mais parece surpreso com as novas revelações.


Hoje é sabido, que cachoeira era freqüentador assíduo de reuniões reservadas, com líderes reservados, políticos influentes e também com membros da Polícia Federal.
Esse tipo de ligação gerou ao empresário, uma gama de amigos em diversos setores. Lançando mão de seu carisma pessoal, solicitou um pequeno favor a seus amigos Federais.


Esse “favorzinho” foi um dos aspectos, que talvez, talvez, possa ter influenciado no aumento da problemática sobre as obras do Mutirama. Há alguns dias, escrevi sobre algumas previsões para este ano, e apesar do assombro desta ligação da MC I e o parque de Goiânia, fico feliz de ter acertado a minha opinião. Tudo foi política.


Por meio do jogo de influências, troca de favores, nepotismo cruzado, exploração de métodos ilícitos e sigilo de operações de terceiros, as obras do parque foram prejudicadas. Isso desencadeou uma série de problemas maiores que vieram a pairar sobre o PAÇO. O prefeito tornou-se vilão de algo que fugia ao seu controle e pelo visto, ao seu conhecimento.


Entrave, atrasos, denuncia e muito mais coisas vieram à tona sobre o Mutirama e a Marginal Botafogo, que pegou uma carona básica nessa história toda. E mais, com a negação da justiça do pedido de hábeas corpus para o empresário, é bem possível e provável, que mais coisas serão soltas. A goteira de relatos sobre o que foi averiguado, em todo esse tempo de investigações, não será vedada. Pelo menos por enquanto.


Outro ponto que me chama a atenção e desperta minha curiosidade, é qual será a postura do MP que nos últimos meses, se mostrou muito interessado nas investigações das obras. Gostaria de acompanhar, em breve, algum tipo de manifestação ou apontamento de uma possibilidade de também haver pessoas deste Ministério, envolvidas nessas ligações pouco ortodoxas.


A acusação da formação de uma “bancada” em prol do bicheiro, abala outros alicerces do Executivo, e faz com que outras espinhas, sintam calafrios pelo pavor de se tornarem notícia nos próximos dias. Coletivas estão sendo marcadas e alguns se apressaram em dar suas explicações. Outros políticos, preferiram o silêncio e alguns a invisibilidade. Antes estavam com todas as luzes sobre suas cabeças e chegaram a ir para movimentos de panfletagens nas ruas da capital. Agora, estes mesmos artistas, simplesmente, evaporaram.


Elias Vaz (PSOL) é outro nome citado na MC I. suas denuncias contra o Mutirama e o prefeito Paulo Garcia, são consideradas “coincidências” com as ligações de Cachoeira a amigos da PF, como o delegado Fernando Antônio Hereda Byron Filho.


Coincidência ou não, Elias não tem dado muito o ar da graça com suas denúncias e falatórios costumeiros. Seu silêncio está sendo notado por observadores e investigadores. Talvez por isso, seu silêncio sobre a operação seja entendido.


Apesar de um andamento esclarecedor nas investigações, os prejuízos não devem ser esquecidos. O prefeito de Goiânia pode ter tido a imagem desgastada, dentro de um comportamento de seriedade. E dada como certa, que pedidos particulares, podem ter atrapalhado a obras do parque e liberação da Botafogo. Prejuízos enormes à população, ao município, corpo administrativo municipal e ao próprio Paulo Garcia.


Mesmo com a solução de todos os pontos negros desta investigação, e apontamento dos culpados por essas ações no estado e na capital, ranhuras serão deixadas na imagem administrativa, de pessoas que não participaram destes atos atrozes. Seria a prefeitura da capital, mais uma vítima de ações lucrativas, onde um pequeno grupo se beneficia e os danos são “balinhas de troco” para a sociedade?


Quem vai pagar a conta deixada para a prefeitura de Goiânia e seu administrador, após a descoberta de que as obras do Mutirama foram prejudicadas por aqueles, que exigiam sua investigação e anunciavam irregularidades. De quem será o ônus, destes débitos e da imagem de pessoas que estavam, realmente, trabalhando? Qual será o próximo vagão nessa montanha russa, com cara de carrinho bate-bate?

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