"Nesta semana, o
governo de Goiás, fez dois anúncios interessantes. Em apenas três dias, mostrou
sua clara preocupação com o funcionalismo estadual. Essas foram ações muito
importantes, que dimensionam a seriedade com a qual o estado vem sido gerido,
unindo forças com seus servidores, para um maior e melhor desenvolvimento de
nosso estado."
Bacana este primeiro parágrafo, não é mesmo? Porém é fictício...
Lamentavelmente, este parágrafo não existe. Ele é apenas fruto da imaginação de
alguns poucos palacianos, que a todo custo, tentam ludibriar a realidade. Ação
simples e corriqueira para aqueles que buscam apenas, garantir seu “suado e
rico dinheirinho”, no fim do mês.
Esta semana anunciou-se o corte de centenas de servidores
comissionados. Uma decisão polêmica, que caso seja cumprida, irá trazer muito
mal-estar para as bases, amigos, negociantes e pechinchadores do estado e do
governo. O motriz do cortes anunciados seria pelo intuito de se estabilizar as
contas do estado. Ao que parece, o Palácio passou a sentir nos bolsos, o peso
dos excessos de cargos que ainda não sabemos, se eram necessários ou não,
dentro desta província.
Há muito tempo, os cargos comissionados, se tornaram uma
moeda de troca valiosa dentro do poder público. A teoria de que uma mão lava a
outra, funciona muito bem neste aspecto. Cargos são trocados, nepotismo cruzado
evidenciado, enfim, um carguinho pode comprar muita coisa e agradar muita
gente. Um carguinho apenas, daqueles que não faz mal para ninguém, serve até para
pagar funcionários de campanha, filho do filho do amigo do cachorro do papagaio
do vizinho.
Na verdade, são tantos cargos que inflam a folha do estado,
que em determinado momento, a situação fica tão complicada, mas tão complicada,
que esse saco de um monte de coisas dentro, não fecha mais. A boca não se
amarra e ele passa a ser pesado de mais para continuar sendo arrastado. Então,
em uma grande explosão de genialidade, alguém resolve a situação de maneira
simples e eficaz. Facão nos comissionados!
Um belo discurso, com laudas de palavras bem escritas,
proferidas na voz de alguém muito bem adestrado na lingüística e apresentável o
suficiente para anunciar a medida tomada é o ideal. Assim se resolve um pequeno
“probleminha”, que teoricamente, estaria prejudicando a vida singela de alguns
milhões de goianos. Esses “agraciados” com cargos, porém de pouca sorte, são
exonerados, o governo anuncia, vão para televisão, jornais, rádios e redes,
sorriem, arrumam o nó da gravata, gel no cabelo bem aparado, anuncia que as
contas serão estabilizadas e colocam a culpa em algum outro governo anterior.
Mesmo com toda essa coisa bonita e pirotécnica que é feita,
sobram em algumas pessoas, perguntas e questionamentos simples de serem feitos
e difíceis de serem respondidos. Será mesmo que isso era a solução? Seria este
o motivo do déficit do estado? Teria sido culpa do governo anterior? Esses comissionados
eram realmente capacitados para esses cargos ou simplesmente, até mesmo, necessários?
Quem são essas pessoas que correm o
risco de acordarem desempregados? Será que elas tinham padrinhos ou parentes
influentes? Será que seus padrinho ou parentes influentes ficarão satisfeitos
com essas demissões? Ou será que comissionados, que possuem padrinhos ou
parentes influentes, não serão afetados por esta decisão, mesmo não sendo, digamos
assim, tão úteis para os cargos que exercem?
Mesmo sendo perguntas simples sem respostas, ainda sobram perguntas
mais complexas, como por exemplo: Será que as pessoas responsáveis pelo
planejamento das coisas que acontecem em Goiás, não previram que isso ia dar
m****? Se estes cargos foram criados, talvez seja pelo fato de que eles eram
necessários. Então, se foram criados eles tinham, ou deveriam ter, uma importância.
Se eles eram importantes, será então que o estado vai tomar providências, para
que a inexistência dessas pessoas em seus respectivos cargos, não venha a
prejudicar o andamento e funcionamento dos setores estaduais?
Calma gente! Não vai parar nada não. Certeza!
Afinal de contas, tudo era apenas “recheio de lingüiça”. Esses
cargos e esses comissionados, aparentemente, não farão falta alguma. E só foram
demitidos pelo fato de suas funções não terem importância nenhuma. Por isso,
esses bravos servidores do estado, foram sacrificados para o bem coletivo de
nossa gente. Eles tiveram seus cargos decapitados, ceifados, tolhidos... para
salvarem os cofres públicos, que ao que parece, caíram em algum buraco, de
alguma estrada goiana. Mas que será dita como culpa do Cidim novamente.
O outro anúncio revelador foi o de que, a liderança do
estado estaria muito preocupada, com alguns furos na folha de ponto. Ou seja;
tem um monte de gente do governo de Goiás, que não trabalha. Gente no governo
de Goiás, que não dá a mínima para suas obrigações. E com isso, não dão à mínima
para quem banca os salários deles. Nós!!!
Por isso, pediu ajuda à sua equipe, para a fiscalização das
folhas de ponto. Mas será que quem fiscaliza, também está trabalhando?
Goiás se tornou um grande “resort”. Ninguém trabalha, ninguém
faz nada, e mesmo assim, a gerência tem um camareiro que leva a culpa toda por
você. “Atenção, Cidim... compareça à recepção.
Temos mais uma mala de culpas para você carregar.”
A força do coração do
Brasil parece estar sofrendo de arritmia.
Excelente texto! Mostra nossa realidade nua e crua, o estado é uma vergonha, pagam comissionados e de brinde ganham cabos eleitorais nas campanhas.
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