quinta-feira, 13 de maio de 2010

Uma visão em trânsito


Goiânia é a segunda cidade mais populosa do Centro-Oeste. Segundo os últimos levantamentos, a capital possui cerca de 1.281.975 de habitantes e desponta-se como o 13º município mais populoso do Brasil. A Região Metropolitana de Goiânia possui 2.150.097 de habitantes, o que a torna a 11º região metropolitana mais populosa do Brasil. (Wikipédia)
Pelo que podemos acompanhar sobre Goiânia, cidade que foi fundada em 24 de outubro de 1.933, cresceu e muito. Com certeza seus idealizadores jamais poderiam imaginar o tamanho que ela chegaria a ter algum dia. Com o seu crescimento, os problemas de ser “adulta”, também apareceram. As primeiras construções foram concebidas no estilo Art Déco, ainda hoje preservadas em vários pontos da cidade, porém, estão em contraste com outras edificações que seguem as exigências da modernidade.
Atualmente, a taxa de crescimento populacional anual, sobe em uma velocidade cada vez mais alarmante. Chegando a atingir de 9% a 14,5% por período. O resultado de tais processos vem sendo a periferização do espaço urbano de Goiânia - fenômeno para o qual também os altíssimos índices de crescimento populacional de alguns municípios da região metropolitana têm contribuído.
Tudo isso que coloquei aqui, foi para tentar analisar um problema que vem, durante algum tempo, fazendo parte dos debates no cenário político goiano. Com o crescimento de nossa capital é notório observar outros pontos como: densidade populacional (elevada), periferização, infraestrutura, planejamento e poder aquisitivo e de consumo.
Goiânia é a primeira cidade com o maior número de carros por habitante no Brasil, cerca de um carro a cada 1,7 habitantes. Tem também maior frota de motos per capita no país e a segunda em número absoluto, perdendo apenas, para a cidade de São Paulo.
Conta com o maior número de praças do Brasil e também é uma das mais arborizadas, ficando atrás apenas de João Pessoa, capital da Paraíba. É considerada uma das melhores cidades brasileiras para se morar, a 2ª entre as capitais de acordo com a FGV.
e ainda possui uma das maiores avenidas do país, a Avenida Anhangüera, que tem mais de 13km e corta a cidade no sentido Leste-Oeste.
Vejo a seguinte realidade: se temos um veículo para cada 1,7 habitante, temos um fluxo de trânsito bastante elevado. O poder de consumo que o goianiense tem hoje, lhe dá condições de adquirir, cada vez mais, seus bens próprios. Isso implica em mais veículos circulando. Consequentemente, estes fatores, elevam os problemas no trânsito, que tanto tem sido discutidos. Se você tem um carro, que te leva para onde você precisa, na hora que precisa e com conforto e segurança, você abriria mão disso para andar de ônibus?
Na seqüência da pergunta, surgem outras e mais ponderações. Também no alvo das críticas, está o sistema de transporte coletivo. Mas mesmo se o transporte coletivo fosse exemplar, você deixaria seu carro na garagem para aliviar as vias goianas? Ou continuaria gozando do conforto do seu veículo próprio para chegar na hora exata de seus compromissos? Ou acharia melhor, “rachar” a gasosa com seu amigo que trabalha perto de você, para vocês dois fizessem um rodízio de carros nas ruas?
Mesmo com a elaboração do Plano Diretor, criado para tentar minimizar e ordenar os problemas conseqüentes do crescimento, que deveria ser revisto a cada dois anos, foi possível resolver esta questão. Isso pelo simples fato de que quando o Plano foi criado, os problemas já eram suficientemente imensos. E talvez nem mesmo um milagre seria possível para reverter essa situação.
De um lado, temos a evolução da cidade mais a melhoria da renda da população. Se podemos dizer isso. Do outro lado, trânsito entupido, setores povoados, loteamentos irregulares, população carente, especulações imobiliárias, infra-estrutura ultrapassada, impermeabilização do solo, emigrantes, planos sociais e mais uma infinidade de coisas que seria impossível de enumerar aqui.
Será que o trânsito, com esses fatores e problemas, decorrentes do crescimento, tem chance de ser elevado às “mil maravilhas”? Existiria uma administração que poderia ser responsabilizada pela atual situação das cores verde, amarelo e vermelho. Pare! As cosias não são por aí não. Para não termos problemas nesta área e em muitas outras, precisaríamos que Goiânia parasse no tempo. E ainda bem que isso não aconteceu.
A idéia de um metrô de superfície é interessante. Porém me surge outra dúvida. O local mais apropriado para a construção seria a Avenida Anhanguera. Mas sabemos também, que as edificações daquela região são bem antigas. Será que elas agüentariam, sem abalos nas suas estruturas, com as obras de fundação do metrô? A avenida é um extenso corredor e a obra tiraria apenas os ônibus daquele local de circulação. Isso apenas seria suficiente para resolver o problema de transporte? Acredito que não. Como ficariam as outras regiões? E o transito melhoraria? E mesmo que o metrô fosse viável e se torna-se real, você deixaria seu carro em casa?
Acredito que não seja possível, a esta altura do campeonato, encontrar um culpado ou culpar alguém pelo trânsito. Falo como observador e não como especialista de nada. O problema ao meu ver é muito mais antigo que qualquer governador que administrou o estado ou prefeito ao município. É uma conseqüência do crescimento. E você? O que acha?

Souza Filho
www.twitter.com/souzafilho50

Um comentário:

  1. A melhor solução para Goiânia nem é o metrô de superfície, mas sim o VLT(Veículo Leve sobre Trilhos), que custa muito menos e pode ser feito em vários eixos. Valeu o debate em questão! Vai fundo garoto.

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