Somente com uma grande jogada de mestre, as coisas em Goiás
poderão mudar os rumos. Ou melhor, para quem acredita em milagres, essa seria
uma excelente hora, para que um acontecimento celestial desses acontecesse na
vida de alguns que estão passando noites em claro.
Com os sucessivos episódios calamitosos, em que o PSDB tem
se envolvido, até mesmo para os mais adestrados defensores, está difícil
segurar todas as rachaduras do dique aparentemente, não irá suportar por muito
mais tempo, toda essa pressão que tem sofrido. Mesmo que tentem tapar os
buracos e evitar os vazamentos de maneira esdrúxula, a esfola do poder goiano é
diária.
Depois de ter tentado encarnar algum tipo de “herói”
antecipando-se à sua convocação pela CPMI do Cachoeira, Marconi, o rapaz do
discurso bonito e senhor do tempo dos parlamentares, deixou os membros um tanto
quanto mais curiosos sobre as ilações de seu nome e associações ao nome de
Cachoeira, o empresário.
O depoimento de Alexandre Milhomem, o arquiteto que foi
contratado para fazer pequenas mudanças na casa temporária de veraneio do Sr.
empresário e sua digníssima esposa, a loira Andressa, colocou alguns pontos de
interrogação sobre as palavras proferidas pelo líder maior do PSDB goiano em
seu depoimento. O maior choque comparando os depoimentos de Milhomem e Marconi
são referentes às datas que sugerem que o imóvel já contava com a visitação
freqüente e aparente propriedade do casal. O que demonstra indícios de que a
bem-dita casa, havia sido “negociada” antes da data garantida pelo governador.
Um pouco mais cedo, antes do depoimento do arquiteto na
CPMI, foi a vez do depoimento de Wladmir Garcez, tido como um dos tentáculos de
Cachoeira nos seus “negócios empresariais”. Garcez é o mesmo que não quis falar
na CPMI, mas abriu o verbo na CPI da ALEGO. Essa CPI, conforme me foi
confirmado por um tucano de rapina, membro da mesma, é um contrapeso à CPMI que
foi criada, exclusivamente, como ponto de apoio ao governador do estado. Ou
seja, mais circense que a nacional, a CPI goiana não possui fundamentos lógicos
ou transparentes.
Garcez reafirmou que o jornalista Luiz Carlos Bordoni,
estava utilizando de métodos não muito ortodoxos, aproveitando de supostas
ligações a Demóstenes, quase cassado, para conseguir patrocínios em cotas
consideráveis que viria do bolso do bicheiro-empresário, Cachoeira.
Novamente foi utilizada a tática de “antecipação” por parte
dos citados e dos envolvidos na Operação Monte Carlo. A todo instante, Garcez
tentou desqualificar Bordoni, uma vez que pareceu se sentir à vontade para
verbalizar diante da bancada goiana. Um fato estranho, pois na mais importante,
o jovem comediu as palavras e declarações de tal maneira, que no depoimento do
governador, o mesmo se assegurava, a todo o momento, embasado no que Garcez
havia dito. Complexo não é mesmo?
Porém logo pela manhã, o jornal O Popular trazia uma
colheita interessante. Em suas páginas figuravam palavras contundentes de uma
empresária, laranja-falante, que deu mais uma apimentada no molho que parece
que irá cozinhar algumas pessoas, políticos e cargos.
Em um dia de surpresas, onde tivemos uma laranja-falante, um
comedido-sem-travas, um ex-parceiro chamado de jornalista-louco, um grego no
molho tártaro, um arquiteto sem importância que virou a Scania na contra-mão
das palavras belíssimas do governador, sugiu até um major que disse ter
recebido ordens para deixar os jogos ilegais “de boa”.
Segundo o major da PM Uziel Nunes, houveram ordens vindas do secretário de
Segurança Pública, como publicado pelo Jornal Opção neste link http://www.jornalopcao.com.br/posts/ultimas-noticias/major-afirma-que-recebeu-ordens-para-nao-coibir-jogos-ilegais
Com tamanha fragilidade, negada por alguns poucos dentro do
ninho tucano, eis que surgem comentários mornos e sem tanta animação de alguns
remanescentes, sobre o nome do próximo a ser sacrificado pela legenda. Agora
como indicado, pelo partido e não pela base, o deputado Fabio Sousa está sendo
preparado para o rolete. Convidados para a festa afirmam que ele é o melhor
nome e que sempre apostaram nele. Mesmo sendo bonitas as palavras, admito, na
minha ignorância, que não entendi se ele é o melhor, por qual motivo teria
ficado por último na escolha.
As pessoas que exaltavam Leonardo Vilela, depois João Campos
e que cogitaram um outro nome inexpressivo para a disputa ontem, são os mesmos
que de sorriso amarelo, enaltecem a suposta pré-candidatura de Sousa, que ao
que parece, ainda precisará de aprovação da base. Um balaio de gatos que mostra
o quanto o partido se fragilizou nestes últimos meses de holofotes. Isso soa
mais como uma espécie de participar apenas por participar. Coitado do jovem
político em um lançamento casual, que figura ter sido feito, apenas para não
ser mais um nome natimorto.
Em um estado revirado como está Goiás, até os ditados tomam
forma contrária. Dizem que deve-se aproveitar a oportunidade de ficar calado em
muitos casos. Mas para a Dona Íris, ela perdeu uma ótima oportunidade de falar
o que era preciso. Já que sua “ética” não foi o suficiente para que a CPI da
ALEGÓRICA ALEGO deixasse de pedir a quebra dos sigilos de Íris Rezende e Paulo
Garcia.
Goiás é como os artistas Patati e Patátá. Aqui tudo está
sendo feito para sorrir e brincar. Vergonha alheia, pouca é bobagem!