Jamais em sua história, o estado de Goiás esteve tanto tempo
nas mídias nacionais como agora. Com desenrolar de um incontável número de
denúncias, nós, que éramos vistos como caipiras, agora somos vistos como o
maior produtor de corruptos do Brasil.
Com a descoberta de Carlos Augusto Ramos e seus negócios, o
contraventor que o governador goiano insiste em chamar de empresário, passamos
a participar como foco central do assunto que ainda não tem data definida para
acabar. Muito pelo contrário, pois devido ao trabalho de “forças misteriosas”,
tentam de toda maneira, estender ainda mais esse assunto. Uma prova disso foi o
adiamento da reta final, que poderá cassar ou não o senador sem partido,
Demóstenes Torres.
Demóstenes foi um paladino da moral e da ética, que ele
mesmo esqueceu, caindo no Tártaro que subservientemente se sujeitou a prestar
aos interesses de pessoas que comandavam, de maneira peculiar e artística,
alguns setores goianos e brasileiros, que iam além das fronteiras do que se pode
chamar de empreendedorismo. Era este senador que chamava o contraventor de
“professor”.
Outro que conheceu seu calvário, foi o governador tucano,
Marconi Perillo. O rapaz da camisa azul tem há tempos, motivos para não dormir
direito. Sua imagem tem sido esfolada diariamente. Não é possível mensurar ao
certo, o tamanho das feridas provocadas e nem mesmo o comprimento das tiras de
couro do lombo que lhe tem sido arrancadas. Mesmo com um sorriso inquieto, o
governador não consegue mais disfarçar seu verdadeiro humor.
Quando se fala de humor em Goiás, jamais devemos nos
esquecer, da cômica e hilária CPI que foi deflagrada pela Assembléia
Legislativa de nosso quinhão de terra do cerrado. É sério! Sabe aquela história
de “rinha de galos”?
Sem motivos lógicos aparentes, a não ser sua criação como
forma de tentar blindar o governador e intimidar opositores de seus desfeitos,
a CPI da ALEGO mostra o quanto nossa política é tratada com cinismo. Nos seus
autos supositivos, ela tentaria “desvendar” os mistérios da Delta. Aquela
empresa famosa e rica, que agora ninguém mais conhece e nega que já conheceu
algum dia ou que teve qualquer tipo de ligação com seus negócios.
Muitos nomes já foram citados na outra Comissão. A famosa
CPMI do Cachoeira. Que diferente da goiana deu sinais iniciais de que seria
algo mais ou menos sério. Nesta CPMI, tentou-se enfiar goela abaixo, o
belíssimo discurso do governador como a mais pura e única verdade. Não deu
certo. A estratégia de sufocar o tempo dos parlamentares foi percebida de
imediato. Não adiantou nem mesmo o coro de palmas adestradas, que a claque
circense de apoiadores do governo puxava efusivamente, como se o ambiente fosse
de algum tipo de casa de shows.
Tentaram, mas não deu certo. Existem os mais amorosos que
acreditaram com alguma gorjeta ou débito na casa, que o discurso disfarçado de
propaganda política de um estado, que nós goianos desconhecemos, tenha sido a
nona maravilha do mundo.
Não conhecemos esse estado das “maravilhas”, senhores que
fazem nossas Leis e zelam pela nossa imagem. O que conhecemos é uma realidade
diferente da que as propagandas em horário nobre, que enxugam cofres de um
estado envergonhado, tentam mostrar a todos o instante e a todos os dias.
Conhecemos um governo intimidador e narcisista, que acredita que a justiça é
apenas uma arma camuflada, para espalhar processos contra aqueles que têm
coragem de se oporem contra as ilusões criadas, ou por aqueles que
simplesmente, se atrevem a narrar os fatos como eles são.
Vivemos em um lugar, onde a oposição se coloca como ética,
mas deixa passar a oportunidade de mostrar que realmente trabalha como tanto
diz em suas oratórias. Um estado que se utiliza de votos de eleitores, para
transformarem uma assembléia legislativa no quintal de suas casas. Com CPI’s
que não servem para nada, a não ser para envergonhar ainda mais, cidadãos que
vivem sob a custódia dos interesses de poder de grupos que passam a ser
fragilizados pela própria ganância de poder.
Nossos líderes se tornaram vampiros do oportunismo e da comodidade
de apostarem na cegueira coletiva. O Palácio das Esmeraldas agora é um
mausoléu, que abriga seres que passaram a ter medo da luz. Que preferem não
serem vistos, mas que não se contentam. Que são capazes de se tornarem
“ambientalistas”, de uma hora para outra, apenas para tentar mostrar que está
tudo sob controle. Que nada aconteceu.
Conseguiram fazer com que os goianos, fossem ridicularizados
até no depoimento do primeiro governador da história a depor em uma CPI , com as palmas dos
ascetas, que buscavam apenas notoriedade da espetacular testemunha convocada.
Os rumos das teatrais CPI’s, podem ser supostos mas não
garantidos. Mesmo assim, os efeitos delas sobre as costas dos envolvidos, será
um enorme fardo que terão que carregar durante muito tempo. E seria muito bom,
que nossos eleitores goianos, não se esquecessem dos acontecidos tão facilmente
desta vez.
Os rumos de Goiás estão sendo dirigidos por vampiros e
zumbis que estão próximos ao limiar de suas mortes políticas. Seres que buscam
a qualquer preço se manterem vivos, mas que os próprios sentem a dor do sol que
lhes queima a pele da vaidade. Assim como os goianos que tem o espírito
aquebrantado pela vergonha que nos proporcionam gratuitamente.
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