terça-feira, 19 de junho de 2012

Goiás e seu governo vampírico




Jamais em sua história, o estado de Goiás esteve tanto tempo nas mídias nacionais como agora. Com desenrolar de um incontável número de denúncias, nós, que éramos vistos como caipiras, agora somos vistos como o maior produtor de corruptos do Brasil.

Com a descoberta de Carlos Augusto Ramos e seus negócios, o contraventor que o governador goiano insiste em chamar de empresário, passamos a participar como foco central do assunto que ainda não tem data definida para acabar. Muito pelo contrário, pois devido ao trabalho de “forças misteriosas”, tentam de toda maneira, estender ainda mais esse assunto. Uma prova disso foi o adiamento da reta final, que poderá cassar ou não o senador sem partido, Demóstenes Torres.

Demóstenes foi um paladino da moral e da ética, que ele mesmo esqueceu, caindo no Tártaro que subservientemente se sujeitou a prestar aos interesses de pessoas que comandavam, de maneira peculiar e artística, alguns setores goianos e brasileiros, que iam além das fronteiras do que se pode chamar de empreendedorismo. Era este senador que chamava o contraventor de “professor”.

Outro que conheceu seu calvário, foi o governador tucano, Marconi Perillo. O rapaz da camisa azul tem há tempos, motivos para não dormir direito. Sua imagem tem sido esfolada diariamente. Não é possível mensurar ao certo, o tamanho das feridas provocadas e nem mesmo o comprimento das tiras de couro do lombo que lhe tem sido arrancadas. Mesmo com um sorriso inquieto, o governador não consegue mais disfarçar seu verdadeiro humor.

Quando se fala de humor em Goiás, jamais devemos nos esquecer, da cômica e hilária CPI que foi deflagrada pela Assembléia Legislativa de nosso quinhão de terra do cerrado. É sério! Sabe aquela história de “rinha de galos”?

Sem motivos lógicos aparentes, a não ser sua criação como forma de tentar blindar o governador e intimidar opositores de seus desfeitos, a CPI da ALEGO mostra o quanto nossa política é tratada com cinismo. Nos seus autos supositivos, ela tentaria “desvendar” os mistérios da Delta. Aquela empresa famosa e rica, que agora ninguém mais conhece e nega que já conheceu algum dia ou que teve qualquer tipo de ligação com seus negócios.

Muitos nomes já foram citados na outra Comissão. A famosa CPMI do Cachoeira. Que diferente da goiana deu sinais iniciais de que seria algo mais ou menos sério. Nesta CPMI, tentou-se enfiar goela abaixo, o belíssimo discurso do governador como a mais pura e única verdade. Não deu certo. A estratégia de sufocar o tempo dos parlamentares foi percebida de imediato. Não adiantou nem mesmo o coro de palmas adestradas, que a claque circense de apoiadores do governo puxava efusivamente, como se o ambiente fosse de algum tipo de casa de shows.

Tentaram, mas não deu certo. Existem os mais amorosos que acreditaram com alguma gorjeta ou débito na casa, que o discurso disfarçado de propaganda política de um estado, que nós goianos desconhecemos, tenha sido a nona maravilha do mundo.

Não conhecemos esse estado das “maravilhas”, senhores que fazem nossas Leis e zelam pela nossa imagem. O que conhecemos é uma realidade diferente da que as propagandas em horário nobre, que enxugam cofres de um estado envergonhado, tentam mostrar a todos o instante e a todos os dias. Conhecemos um governo intimidador e narcisista, que acredita que a justiça é apenas uma arma camuflada, para espalhar processos contra aqueles que têm coragem de se oporem contra as ilusões criadas, ou por aqueles que simplesmente, se atrevem a narrar os fatos como eles são.

Vivemos em um lugar, onde a oposição se coloca como ética, mas deixa passar a oportunidade de mostrar que realmente trabalha como tanto diz em suas oratórias. Um estado que se utiliza de votos de eleitores, para transformarem uma assembléia legislativa no quintal de suas casas. Com CPI’s que não servem para nada, a não ser para envergonhar ainda mais, cidadãos que vivem sob a custódia dos interesses de poder de grupos que passam a ser fragilizados pela própria ganância de poder.

Nossos líderes se tornaram vampiros do oportunismo e da comodidade de apostarem na cegueira coletiva. O Palácio das Esmeraldas agora é um mausoléu, que abriga seres que passaram a ter medo da luz. Que preferem não serem vistos, mas que não se contentam. Que são capazes de se tornarem “ambientalistas”, de uma hora para outra, apenas para tentar mostrar que está tudo sob controle. Que nada aconteceu.

Conseguiram fazer com que os goianos, fossem ridicularizados até no depoimento do primeiro governador da história a depor em uma CPI, com as palmas dos ascetas, que buscavam apenas notoriedade da espetacular testemunha convocada.

Os rumos das teatrais CPI’s, podem ser supostos mas não garantidos. Mesmo assim, os efeitos delas sobre as costas dos envolvidos, será um enorme fardo que terão que carregar durante muito tempo. E seria muito bom, que nossos eleitores goianos, não se esquecessem dos acontecidos tão facilmente desta vez.

Os rumos de Goiás estão sendo dirigidos por vampiros e zumbis que estão próximos ao limiar de suas mortes políticas. Seres que buscam a qualquer preço se manterem vivos, mas que os próprios sentem a dor do sol que lhes queima a pele da vaidade. Assim como os goianos que tem o espírito aquebrantado pela vergonha que nos proporcionam gratuitamente. 

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