quarta-feira, 5 de maio de 2010

Os tucanos têm medo de Vanderlan?


Há algum tempo adquiri o costume de ler o cenário político goiano. Mas algo me intriga em relação à situação que temos hoje no Estado. Não me ficou claro ainda, os reais motivos dos tucanos, se incomodarem tanto com a pré-candidatura do ex-prefeito de Senador Canedo, Vanderlan Cardoso (PR). Proponho, desse modo, um questionamento. Se Vanderlan Cardoso não tem nenhuma chance de ser eleito para o Palácio das Esmeraldas, qual o motivo dos partidários do PSDB e de seus aliados estarem preocupados com ele? Quando eu era criança, ouvia um dito popular que afirmava que “onça morta, não morde ninguém”. Por considerar esse ditado, coloco outra questão. Será que a candidatura de Vanderlan tem um outro lado que os tucanos ainda não admitiram?

O que se afirma até agora, a respeito da pré-candidatura da Nova Frente é que ela não tem expressão, e está longe de quebrar a polarização entre Íris (PMDB) e Marconi (PSDB). Também existe uma fala de que Vanderlan é um aventureiro, e jamais conseguiria chegar à alta executiva do Estado. Os tucanos também dizem que o ex-prefeito de Senador Canedo é desconhecido, e tantas outras afirmações que são perpetuadas no intuito de desqualificar a imagem do pré-candidato.

Porém, este é apenas o lado que os partidários do senador Marconi Perillo apresentaram publicamente ao se referirem à candidatura do republicano. Mas como ficariam as outras possibilidades, dos reais motivos que os fazem temer essa candidatura, considerada sem eixos? Para infelicidade dos tucanos, Vanderlan não possui nada que lhes permitam denegrir a sua imagem enquanto gestor público. Fatos esse que incomoda os tucanos, pois eles tem se revelado especialistas em utilizar meios baixos para atacarem aqueles contrários às suas vontades.

Porém, tal atitude é dificultada ao lidarem com Vanderlan e Íris. Não há nenhum tipo de dossiê ou alegações que proporcionem esse tipo de ataque, o que deixa a artilharia oposta sem munição. Ainda se encontrarem algo que possam usar contra Vanderlan, os sucessivos ataques continuam a tomar base nas mais insensatas afirmações. É como se procurassem uma agulha no palheiro, atrás de qualquer coisa que pudessem usar como arma eficiente contra ele.

Os tucanos tem se utilizado de outra arma, a vitimização. Ao longo do tempo, se colocaram como vítimas de diversas situações políticas. Só que essa posição já me parece sarcasmo. O discurso de “alto nível” não tem a mesma aderência. Enquanto o candidato ao governo se torna reticente sobre o assunto, ele mesmo coloca por terra, todo marketing elaborado para se vitimar ao atacar ferozmente os adversários e ao adotar falas de salvação.

O costume que possuem de agredir o adversário vai mais além. Agora se intitularam como porta-vozes da oposição. Deixam claro que estão atacando o Palácio, pois querem assumir, antes de Íris, o discurso de oposição. Apesar do PMDB não descartar uma possibilidade de parceria com o PP, em um possível segundo turno. Como ainda não foram respondidos como esperavam, os tucanos que não conseguem fazer com que a candidatura da Nova Frente entre em seu jogo, mesmo sob várias tentativas, consideram que o governo é “frouxo”. Interessante essa posição. Caso o Palácio contra-ataque eles se tornam os são vítimas. Mas se o palácio se cala...?

Junta-se a isso a discussão sobre as demissões dos membros do PSDB dos seus cargos. O partido afirma que os militantes estão no Palácio por conta própria, mas torce para que sejam exonerados, para afirmarem que foram perseguidos. Mas caso o governo continue com representantes do PSDB, eles se dão o direito de afirmarem que o governo é incompetente ao ponto de ainda precisarem dos seus para manter a casa. A verdade é que todos sabem que este é mais um jogo de cartas marcadas.

Ao analisar friamente as ações do senador Marconi e do seu grupo, considero as articulações com um certo ar circense. É muito interessante vê-los tentar fazer seus opositores entrarem em seus joguinhos, com “leréias”, e se desesperarem, pois não conseguem fazer surtir efeito as suas táticas maldosas de fazer política. Jamais, nenhum simpatizante deste tipo de maneira de agir, irá concordar com isso que tenho dito. A única verdade que conhecem é a verdade fabricada dentro de seus diretórios.

Gostaria de ir além de tudo isso. Se o “Midas” tucano tem tanta certeza da vitória afirma que Goiás chora por sua volta, que somente ele, e mais ninguém pode salvar o Estado, então qual o motivo de disputar eleições? Cruzem os braços. Íris já foi derrotado por eles, desse modo não oferece nenhum perigo. Vanderlan, como afirmam, é um coitado aventureiro, que não expressa nenhum tipo de risco às inúmeras benevolências tucanas realizadas em dois mandatos.

Esta semana haverá o lançamento do seu “Midas tucano”, claro que sem a presença do Serra, mas e daí? Qual outro partido teria a chance de dispensar, uma senadora do porte de Lúcia Vânia, de suas disputas? Admito que se eu perdesse um pouquinho só do meu juízo, até votaria em vocês. Pois nenhum outro candidato se mostrou ainda tão “capacitado”, para questionar outras administrações e ainda precisar de um “terceiro tempo”, para mostrar serviço. Ninguém mais tem “cacife” para “adquirir” tantos títulos de cidadania como vocês.

Incitar difamação quanto à candidatura de Vanderlan é fácil. A eleição está “polarizada”. Ninguém precisa dos 68% de votos dos eleitores que não se decidiram ainda. O passado é suficiente para esquecer os atos errados que muitos tiveram e que hoje apenas o “nome” é preciso para se eleger. Já disse e reforço; cruzem os braços. Vocês já ganharam as eleições. Íris está velho demais, Vanderlan não decola. Agora, acreditar que apenas Íris e Marconi, são os grandes da política goiana e que o Estado não tem mais opções é no mínimo zombar da capacidade crítica de nossos eleitores.

Utilizo esse espaço democrático para fazer um pedido. Tucanos, não mais afirmem que Íris traiu o povo goiano por ele não terminar de cumprir seus mandatos. Existem partidários de vocês, que deixou o governo do Estado também.

Íris Rezende, carinhosamente chamado de “dinossauro” pelos tucanos, reconhece que para administrar um estado, precisa-se agir como um gestor. Ênio Tático, outro candidato às urnas, reconhece que “o governo de Alcides está estagnado. Pois ele não pôde crescer mais, por que estava arrumando as contas herdadas”. Vanderlan assume uma campanha pacifista e por segue. Interessante ver adversários com esta postura. Apenas os tucanos estão preocupados. Intrigados. Não entendo os motivos desta preocupação já que eles afirmam que não estão estremecidos com nada. Ou será que Alcides estava realmente certo quando disse que algumas pessoas não fazem falta a Goiás?

Vale lembrar ainda da palavra “VEM”, utilizada para simbolizar a chegada de Vanderlan para a disputa. Que foi criticada ao extremo. Mesmo ao alegar que o “VOLTA” surgiu de uma brincadeira de membros do PSDB, que hoje estudam a possibilidade de mudarem o slogan, sempre que vejo o “VOLTA”, só consigo me lembrar dos outdoors do Kajuru. Isto seria um plágio? Que ironia.

Este artigo foi publicado no site:
http://www.dmdigital.com.br/index.php?edicao=8211&contpag=1

Souza Filho

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Um comentário:

  1. TINHA ATÉ ME INTERESSADO PELO BLOG MAS..... ACHEI MUITO DIRECIONADO. PREFIRO MÍDIAS LIVRES... APENAS MAIS "UM" NESSE MEIO PODRE DA POLÍTICA.

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