AGECOM
A Agência Goiana de Comunicação - AGECOM, criada pela Lei nº. 13.550, de 11 de novembro de 1999, art. 6º, II, regulamentada pelo Decreto nº. 6.910, de 06 de maio de 2009, é entidade autárquica estadual, dotada de personalidade jurídica de direito público interno, com autonomia administrativa, financeira e patrimonial, jurisdicionada à Secretaria de Estado da Casa Civil, nos termos do Art. 9o, inciso I, da Lei no 17.257, de 25 de janeiro de 2011.
“A TV Brasil Central, também conhecida como TBC, é uma emissora de televisão brasileira da cidade de Goiânia, Goiás. É afiliada da TV Cultura. A emissora opera no canal 13, transmitindo toda a Região Metropolitana e está vinculada à Agência Goiana de Comunicação. A programação está centrada no jornalismo e no esporte.” (Wikpedia.org)
Lamentável ver como é tratada a imprensa em estados barrocos e arcaicos com suas políticas, como é no estado de Goiás. Dois jornalistas do Jornal Brasil Central, que vai ao ar pela TV Brasil Central, foram afastados após uma entrevista com Raquel Teixeira, ex-secretária e ex-deputada federal.
Os jornalistas Marcelo Adriani e Michele Bouson, foram sentenciados ao afastamento das funções, sob alegação de “desobediência" de algumas ordens “combinadas” para a entrevista do último dia 22. Segundo declarações, Raquel Teixeira deveria falar apenas sobre o dia internacional da mulher. Ou seja, seria vetado todo e qualquer outro assunto que envolve-se outro tema.
O problema se deu no decorrer da entrevista, quando o assunto voltou-se para a educação. De imediato, foi deduzido que Adriani e Bouson, abordaram o assunto da paralização dos professores estaduais de maneira “subliminar”. Segundo responsáveis pela emissora, este teria sido o motivo real, do afastamento dos dos jornalistas.
Então vamos a uma análise simples e direta deste fato.
A entrevista aconteceu durante um período extremamente crítico para o governo. O mesmo não consegue estabelecer diálogo com a categoria educadora, após, segundo apontamentos dos professores, ter prejudicado os ônus financeiros por direito, aos quais os profissionais eram contemplados. Isto levou a um desagrado geral na categoria que iniciou uma paralização que se estende por quase dois meses.
Tudo bem no país de Alice. Somente em um mundo de fantasias, como é o estado de Goiás, ninguém imaginaria que este assunto fosse abordado. Aliás, imaginavam sim. Melhor, tinham certeza. Tamanha certeza que a Sra. Abadia Lima, diretora de Teleradiodifusão da Agência Goiana de Comunicação (Agecom), acompanhou a entrevista no estúdio para tentar evitar qualquer ação que remetesse à abordagem do assunto.
Isso não é uma forma de censura? Ou será que Abadia, queria apenas mostrar, sorridentemente, a sua face para Raquel e os dois jornalistas? O incidente, apesar de lamentável, promoveu uma coisa boa. Promoveu a indignação de outros colegas, desta profissão que por vezes é ingrata e solitária, que deram inicio a uma série de comentários e ações em prol da defesa dos jornalistas.
Com o acionamento de dois órgãos (praticamente fictícios), o Sindicato dos Jornalistas de Goiás e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que exigiram explicações sobre as ações tomadas pelos profissionais da emissora.
Pelo Twitter, o governador do estado, Marconi Perillo (PSDB), postou os seguintes comentários:
@marconiperillo: Determinei ao presidente da Agecom que tome as providências para esclarecer os fatos sobre entrevista na TBC. O presidente da Agecom vai se reunir hoje com o Sindicato dos Jornalistas, os profissionais e a direção da TBC para superar o episódio. No nosso governo não existe qualquer tipo de censura, perseguição ideológica ou cerceamento de liberdade.
Novamente, o Twitter serviu de palanque, para os discursos oficiais do Palácio das Esmeraldas. Mas ficam algumas dúvidas no ar. Se não existe censura por qual motivo a Sra. Abadia Lima, quis garantir que nada sobre a greve seria dito? Não cabe ao jornalista, a condução de sua entrevista? A exploração de fatos, opiniões, argumentações e outros? A TBC não deveria trabalhar em prol do povo goiano esclarecendo, informando e relatando fatos reais de nossa “terra-cerradus”?
Seria este o destino da comunicação e da informação goiana? Vendas e algemas, afim de tolir qualquer tipo de informação que não seja interessante ao grupo que detém o poder? Isso me faz lembrar de outra Raquel, a Azeredo. Não tinha “papas na língua”, mas não era imprudente nem encabrestada. Bons tempos que infelizmente não temos mais.
Se estes devem ser os propósitos de uma emissora como a TBC, os jornalistas goianos, apenas obtiveram espaço para explanarem questionamentos relevantes, que acredito que são de interesse de toda a sociedade goianiense. O estado sofre com sua dura realidade, porém, para que não seja manchada a lisura do Governo, a Sra. Abadia Lima, carregará agora, o duro fardo de ter que responder sobre os motivos de tal ação.
Quem sabe, não seja a própria, a próxima que será esquecida nesse emaranhado de abandono, assim como aconteceu com aquela assessora que todos já se esqueceram do nome dela, ou a próxima "afastada de suas funções". Afinal de contas, alguém vai ter que pagar esse pato.
Independente do que Abadia terá que fazer, para se explicar e evitar que respingue algo no líder do estado e na Agecom, sabemos como é a verdade nos bastidores. Não apenas a verdade que tentam selecionar, utilizando um bem público, como a TBC, como aliada “midiática”, e peneira para encobrir raios de mentiras e obscuridades, que nos queimam cada vez mais.
Então, se isso não é censura, estou aceitando boas explicações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário