terça-feira, 9 de outubro de 2012

Promessas antes, desculpas depois



Assim se encerra mais um capítulo da história política goiana e damos início à leitura de uma nova página. Entremeio aos comentários, existe os que afirmam: “eu falei que ele ia ganhar” ou os que lamentam: “eu estava confiante na vitória.”

Neste emaranhado de conclusões dos eleitores, estão os candidatos. São deles as melhores análises sobre o pleito. Hoje, posso tranquilamente, destacar um destes políticos que apresenta uma gama de desculpas interessantes. Jovair Arantes (PTB), o candidato sem bigode, confirmou que ficaria sem prefeitura há bastante tempo. (?) Avaliando como “uma campanha que não pegou”, lideranças que compunham a chapa “Goiânia 24 Horas” tocam suas vidas.

Para o moço sem bigode, sobraram os enfados de justificar os reais motivos de sua derrota. Ou melhor, não irei falar derrota do Jovair. Acho deselegante. Vou mudar o tom. Melhor dizer: “A cocada de Paulo Garcia”.

Pois bem, depois da “cocada de Paulo Garcia” no cucuruti do alto da senagoga do moço sem bigode, o derrotado nas urnas se conforma e tranqüiliza seus eleitores. Afinal de contas, isso é uma coisa mais do que normal em uma disputa política. Jovair parece estar bem e não tem cara de quem esteja sofrendo, pelo menos por fora, por não ser o político que assumirá a cadeira do Paço Municipal em 2013.

Com uma frase singela e impactante ao mesmo tempo, o desbigodado criou uma frase tocante e descolada: “Meu nome não encaixou”. Acredito que essa frase pode se tornar até um jargão. Se saiu bem...se saiu muito bem!

O GoiâniaMed foi um sucesso de boas intenções. Uma promessa de campanha interessante. Mas não agradou alguns usuários da “capa preta” da Lei. O programa foi encaminhado para UTI política das promessas infundadas. Jovair perdia então, um dos carros chefes de sua campanha fria. Realmente posso dizer que foi uma campanha fria já que a do vencedor, de cocada, foi morna. Paulo Garcia, o menino sorridente da prefeitura, até pouco tempo antes do início da campanha, eu mesmo acreditei que levaria por WO. Estava faltando candidatos para a disputa. De uma hora para outra, uma penca deles brotaram diante de suas legendas. Até os surreais Pantaleão e Rubens Donizeth deram o ar da graça. Paulo pôde gargalhar.

Longe destas coisinhas corriqueiras, sem importância, mas bem longe mesmo, estava o presidente de honra do PSDB. Ilustríssimo senhor, Nion Albernaz. Um dos nomes máximos do PSDB goiano. Um dos adorados da política deste quinhão de Centro-Oeste ficou lá. Mas hoje ele reapareceu. Nion disse que a campanha teve problemas. Usou na frase de impacto, o lance de “nós”. Aquele da primeira pessoa do plural, mas eu acho que ele deveria ter dito “eles”. Assim ficava mais claro que ele estava falando mesmo do moço sem bigode e de seu vice, Francisco Júnior.

Enquanto Francisco Júnior quase ficou resfriado pela “barreira de gelo” que ele afirma ter havido, o mestre Nion continuou a fazer suas ponderações. Desta vez foi a hora das desculpas, justificativas e culpados. Adivinhem quem foi o culpado desta vez...

Para facilitar na busca pelo algoz da campanha de Jovair, pensei em três nomes para ajudar vocês: Bartô Galeno, Ivan Petterson e Carlinhos Cachoeira. Qual veio primeiro em sua cabeça?

Mesmo de dentro da Papuda, o contraventor mais famoso do Brézil, com os amigos mais honestos e bacanas de Goiás, foi o culpado, pelos lábios de Nion, pela derrota do Jovair. Bacana não é mesmo?

Cachoeira, o menino que é mau enquanto todos são bons, influenciou diretamente na cocada de Paulo Garcia no candidato apoiado pelo governo do Estado. Por falar em governo ou governador, eu mesmo apenas o vi uma única vez, no horário político do PTBista. Não nego que fiquei surpreso, pois a referência da simbologia política do estado, com toda sua ilibação, honestidade e sorriso Colgate, apareceu na campanha para prefeito da capital. Depois falam que os interioranos são inocentes. Mas no interior, teve candidato que não se ligou ao governo nem mesmo em santinho.

Jovair não colou, Francisco quase se resfriou, Nion criticou, Marconi vazou, Paulo ganhou, e ainda vão dizer que o povo se enganou. Agora o “não-prefeito de Goiânia” disse que vai continuar trabalhando. Vai cobrar as coisas que Paulo disse que faria. Talvez seja a única coisa que lhe resta neste momento. Mas fica uma dúvida: como ficará as bases do governo depois destas eleições? A oposição conseguiu eleger cerca de 100 prefeitos no estado. Jardel não é ainda, o prefeito de Catalão e tem gente criticando a “ciranda-cirandinha” na presidência da ALEGO.

Os efeitos das ações do empresário Carlos Augusto Ramos alcançaram uma larga abrangência. Da vida rica e influente para a desgraça da moral dos políticos e das doações de campanha. Um pleito pobre e sem graça. Uma campanha amedrontada e esguia. A violência política este ano dominou as principais manchetes do Estado. E a CPMI voltará com Leréia. Pelo visto, os efeitos da enxurrada, não irão acabar aqui. Nossos políticos foram sangrados. Mesmo depois de esbravejarem e jurarem inocência, uma coisinha chamada “povo”, começou a dar sinais de insatisfação. O estado voltará para o epicentro das investigações de escândalos, o governo irá agonizar muito ainda e a Eliane Pinheiro estava junto com o Jovair desta vez. Sem radinho...

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