terça-feira, 21 de junho de 2011
O direito deles e a sua religiosidade
Mesmo sendo comum um gelo no estômago, quando o Jornal Nacional menciona qualquer coisa sobre Goiás, ainda não me acostumei com o fato de que, quando isso acontece, estamos na mídia nacional fazendo bobagens. A mais recente delas foi assinada por um magistrado. Bacana não é mesmo? Nos damos agora ao direito, de aparecer nacionalmente, fazendo bobagens assinadas por homens “letrados”.
Não sou homo e nem homo fóbico! Será que é tão difícil falar isso?
Bom, isso depende. Depende muito da maneira como você ou qualquer pessoa queira enxergar essa situação. Pelo visto, excelentíssimo senhor “doutô injuíz” da 1ª Vara da Fazenda Pública Municipal e Registros Públicos de Goiânia, Jeronymo Pedro Villas Boas, têm uma visão cômica sobre o assunto.
O homem da justiça fez uma interpretação bem bacana sobre a decisão do TSF. Contestou a decisão do Supremo, alegou que a Corte não seria competente para alterar a Constituição Federal, utilizou-se do artigo 226, determinou comunicado a todos os Cartórios de Registros de Goiânia acerca de união de casais do mesmo sexo e passou a régua. “Satis verborum.”
Tudo bem! Tudo bem! Tudo bem...!!! Não sou o tipo de cara que possam falar que entendo tudo sobre Leis. Concordo. Mas peralá; ele pode fazer isso?
Se Liorcino Mendes e Odílio Torres foram o primeiro casal a oficializar seu enlace, após a aprovação da união homo afetiva, foram também, detentores de outro título. O título de “humilhados nacionalmente por ignorância de homo fóbicos”.
Agora chegou a melhor parte do assunto. Essa parte se chama: desavenças. É neste momento que o texto vai ficando mais tenso. Você lê e me questiona, indaga, discorda, me xinga, critica e mais outras coisas. E eu gosto disso. Então vamos lá. Muitos manifestantes de siglas simpatizantes às atividades gays se mobilizam para tentar reverter o fato acorrido aqui no nosso quinhão de estado. Enquanto eles lutam para conquistar, o que eu concordo que seja direito deles existe, outro lado, totalmente contrario às suas ações.
Esse lado pode ter vários nomes e discrepâncias. É claro que não irei generalizar a todos do segmento, mas também não me desculparei com ninguém que se sinta ofendido. É neste ponto que batemos de frente com a RELIGIÃO e seus seguidores, fiéis e religiosos. Alguns são alienados, fanáticos e dissimulados. Outros buscam ibope, holofotes e mídia. Outros assumem discursos desconexos, esdrúxulos e hipócritas. Mas é claro que não posso falar isso para ninguém. Já que é um fator étnico. E qualquer coisa que eu fale poderá ser interpretada de uma maneira que favoreça apenas um lado. E com certeza, não será o meu.
Assim como é para mim, poderá ser para muitos outros pais, que terão que explicar aos seus filhos, por que os homens se beijam ou se casam. Mas será que seria fácil explicar a eles, por que homossexuais são agredidos, ultrajados ou obrigados a viverem diferentemente de outras pessoas? Como explicar também, por que crianças de colo são violentadas e mortas por seus pais? Por que mulheres são estupradas e agredidas por seus companheiros, que coincidentemente, a maioria é contra a união homossexual?
De um lado, pessoas se apegam à Bíblia para justificar sua postura. Mas esquecem que no mundo terrestre, esse mundinho aqui que vivemos, existem outros dois livros, um chamado de Civil e outro de Penal, que também ditam regras. Mesmo sabendo que não vem ao caso meu ateísmo, prefiro acreditar nesses dois “livrinhos” que temos aqui embaixo, do que num código de conduta e moral, celestial e divina, que eu nem sei se é verdade ou não. Tem gente que vai falar e dar excessos de certezas de que é.
Pronto! Agora sim temos um impasse e eu acabo de adquirir o ódio de muitos de vocês. Que legal! Já posso me preparar para as pessoas que irão me dizer coisas do tipo: “você não é ateu, é à toa”, “Deus precisa tocar no seu coração”, “Deus fez Adão e Eva e não Adão e Ivo” (essa é tensa), e blábláblá....
Nas redes sociais, religiosos tomam os espaços que podem, para justificar seus pensamentos. Direito deles. Afirmam que falar, contrariamente, sobre a união gay, é uma liberdade de expressão. É verdade! Homofobia religiosa nas redes sociais, agora é liberdade de expressão. Achei foi legal o termo, pois isso minimiza os danos deste artigo, uma vez que também estou emitindo minha opinião.
Acredito que todos nós tenhamos espaço nesse mundo de ignorâncias. Mas algumas “tribos” crêem que tenham mais direitos que outros. Nunca vi uma manifestação contra uma igreja que compre uma rádio, mas deixe outra “tribo”, fazer o mesmo. Será um “sacripanta”. Um escarcéu. Um furdunço só. O Divino será ativado. O pecado será o tema da vez. E haverá uma manifestação generalizada, contrária a isso. Mas apenas alguns, poderão dominar as rádios e TV’s, jornais e revistas, pontos comerciais para novas igrejas e templos “megaputaqueparívelmente” gigantes. Mas ficaria sempre uma pergunta: onde está o seu direito? Onde está o direito de nossos semelhantes, que são gays, mas pagam impostos e tenham sentimentos, mesmo que diferente dos seus? E onde foi escrito mesmo, aquela paradinha, que fala que o Estado é Laico?
Agora você tem todo o direito de discordar disso. Desde que os seus direitos e vontades, não tentem ceifar os meus.
Qualquer coisa comenta aí em baixo. Prometo irmão, publicar todos eles. Uma vez que afirmei, que todos nós, devíamos respeitar os alheios.
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Interessante todos os pontos por ti levantados, caro Souza. Tantos homossexuais e suas diversas classificações, como religiosos, escorregam em intolerância e posições de desconforto social. O buraco é muito fundo, e eu, com minha fé não quero só liberdade de expressão, mas sim respeito ao próximo e a tranquilidade de me posicionar no que acredito e espero construir para meus filhos.
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