quinta-feira, 29 de abril de 2010

Lúcia Vânia: Seu trabalho foi esquecido


As coisas começam a esquentar no processo de pré-campanha ao Governo do Estado. Entre os muitos assuntos que entram em pauta todos os dias, principalmente no mundo virtual, os bastidores da política tem muitas opções a oferecer.
Durante esta semana, um dos assuntos mais comentados nesses bastidores, foi a verdadeira “rifa” promovida a respeito do futuro da candidatura da Senadora Lúcia Vânia (PSDB). A senadora se mostra, sob uma aparente indignação, irritada com as opções sugeridas para disputar a vaga no Senado em seu lugar. Ela mesma se manifestou e chegou a dizer que isso, aparentemente, tem a intenção de desqualificá-la "Já fui trocada por Júnior do Friboi, por Faleiros, e por nomes que a sociedade nem conhece. É uma forma de me desqualificar". Desabafou.
Lúcia Vânia é vice-presidente do PSDB Nacional e cumpre seu mandato de senadora. Até agora, tem sido bem pontuada nas pesquisas de intenção de voto, para um novo pleito, com reais possibilidades de reeleição. Ou seja, a senadora, caso confirmada como candidata a mais oito anos no Senado, teria vitória praticamente garantida, já que segundo ela, possui cerca de 80 prefeitos que a apóiam.
A sua trajetória no mundo político teve os alicerces fundados em uma grande aceitação popular. Lúcia Vânia, com seu carisma e pulso firme em suas decisões, conta com a simpatia de muitos eleitores. Sem sombra de dúvidas, suas ações, estimularam a obter um grande número de eleitores cativos e membros do meio político no cenário nacional.
Apesar deste forte acervo, o Deputado Estadual em terceiro mandato, Jardel Sebba (PSDB), disse em seu Twitter na quinta-feira (29), que tem simpatia por Lúcia como pessoa, mas que ela fica devendo enquanto partidária. “Gosto dela como pessoa, mas como política às vezes deixa a desejar. Em 2002 recusou cumprimentar-me porque não foi majoritária em Catalão.” Enfatiza. Isso comprova que apesar de todo seu trabalho, Lúcia Vânia, ainda não é bem vista pela cúpula do partido tucano. Resta saber por qual motivo. Já que nada mais justo, do que a mulher mais representativa da política goiana no Brasil, lutar pelos seus direitos que foram conquistados com méritos próprios.
Muitos especulam que ela sabia que teria que enfrentar problemas dentro do partido para buscar seu lugar ao Sol. Pelo visto, a senadora topou a briga. E ao que se pode entender, é que as vagas nas chapas majoritárias crescem em sua cotação de valores. E dão plenos sinais que estão sendo “negociadas” com bastante esmero. Mas enquanto a situação da senadora não é definida, ela ainda conta com a solidariedade de muitos seguidores, que esperam ter a chance de votar nela em 2.010. Discute-se então, se este seria o “melhor momento”, para deixar que estes acontecimentos viessem a público.


O “Racha”

O PSDB busca, incessantemente, desagregar os partidos, ou pelo menos os prefeitos, que fazem parte da Nova Frente encabeçada pelo governador Alcides Rodrigues. A chamada 3ª Via, foi acusada de “pressionar” os prefeitos que manifestaram seu apoio ao pré-candidato, Marconi Perillo (PSDB), durante um almoço em Brasília. A reunião aconteceu poucos dias depois do lançamento da pré-candidatura do ex-prefeito de Senador Canedo, Vanderlan Cardoso (PR).
A notícia do encontro foi bastante comemorada pelos membros da base marconista. Muitos acreditaram que o acontecimento, seria o início do declínio da candidatura de Vanderlan. Mantendo a linha de poucas palavras, Alcides praticamente não comentou sobre o fato. Mas afirmou que os prefeitos não sofreriam nenhum tipo de pressão, por terem se encontrado com o tucano.
Com uma postura mais radical, o Presidente do Diretório Estadual do PPS em Goiás, Gilvane Felipe, publicou uma nota oficial, sobre ao apoio que será dado pelo PPS nas eleições para Governo do Estado. Gilvane deixa claro, que qualquer tipo de desobediência, será enquadrada sob medidas disciplinares previstas no Estatuto da entidade com apelo à Lei de Infidelidade Partidária. “O PPS em Goiás é um outro partido. Não mais aquela sigla sem posicionamentos claros.” E completa; “Sendo assim, não haverá condescendência com aqueles filiados que trabalharem contra este posicionamento aprovado pela ampla maioria do partido.” Disse em nota.
A ação visava evitar a debandada dos membros do partido, que apesar de seu presidente afirmar que não é mais tão discreto, continua sem expressão e musculatura. Tal prova disto, foi o esforço que o deputado Daniel Goulart (PSDB), para anunciar que, com bastante propriedade, o PTB e o PPS reinvidicam uma candidatura ao Senado na chapa de Marconi. "Uma vaga será do DEM, que acredito que estará conosco, e outra vaga deve ir para outro aliado, incluindo três candidatos a deputado federal que pleiteiam a vaga". Goulart ainda afirma que os aliados estão "impacientes" sobre a não definição da vaga ao Senado. "Muita gente do PSDB fala dessa vaga agora, mas, em 1998, só havia uma vaga ao Senado e ninguém queria na época, assim, Fernando Cunha teve que se sacrificar na época", finalizou.
A somatória de todos estes fatos gerou uma série de comentários. Alguns acreditam que o “racha”, está realmente acontecendo, mas na coligação errada. “Um tiro pela culatra”. O termo parece ganhar sentido, com a série de sucessivas discussões a respeito da Nota Oficial, das vagas exigidas pelo PPS e PTB e sobre a candidatura de Lúcia Vânia.


Todos contra um

Para dificultar ainda mais as coisas para a base do PSDB, que parece estar sendo enfraquecida, a candidatura de Marconi Perillo, está na mira do PMDB. Quem resolveu aparecer em cena foi o ex-prefeito de Goiânia, Íris Rezende. Ele afirma que não vê o candidato da Nova Frente como inimigo, já que aposta em uma aliança num possível segundo turno, mas que seu alvo nesta campanha seria Marconi.
Também houveram contra-pontos por parte de Alcides, que iniciou de maneira mais amena, suas observações a respeito do que já foi dito por enquanto. O Governador parece estar, estrategicamente, firmando os seus planos, para começar definitivamente a campanha Palaciana.
A ofensiva armada no Estado vem de encontro à metodologia de jogo político, que havia sido anunciada há algum tempo. Caso ganhe volume, a teórica união entre PP/PR e PMDB/PT, pode colocar o senador pré-candidato, em uma situação de disputa não muito confortável. Pois além de enfrentar os problemas internos do partido, teria que se esforçar para combater inimigos, que se formam de maneira conjunta e volumosa, até o dia da “abertura das urnas” do primeiro turno.

Souza Filho
www.twitter.com/souzafilho50

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