quinta-feira, 26 de abril de 2012

É cada vez mais difícil defender o Governo


Os últimos dias não têm sido nada fáceis para o governo de Goiás. Marconi Perillo estampa semanalmente os noticiários nacionais, sendo ligado, supostamente, às investigações da Operação Monte Carlo. Até agora seu possível envolvimento, está associado a citações entre acusados e seu nome apenas. Marconi ainda não foi interceptado em nenhuma das várias gravações em que seu nome aparece. Mesmo assim, o governador recebe incontáveis críticas por parte da população e dos seus “desafetos políticos“.

Mesmo com firmeza em sua fala, cheia de adjetivos, que buscam a todo instante desassociar o seu nome das citações, o governador vem sofrendo certa “debandada” de seus defensores. Com saídas fininhas, pra lá de “à francesa”, poucos demonstram ter o mesmo apetite voraz na defesa do chefe de estado. Existe notoriamente, um esvaziamento dos discursos que tentavam blindar o governo de maneira apaixonada e cega.

Esse esvaziamento foi percebido e repreendido pelos líderes da base aliada e seus membros. Passaram a exigir então, uma participação maior da comunicação palaciana nas redes sociais, sob pena de exoneração dos cargos. A medida trouxe poucos sinais de reação por parte dos convocados. Os levantes não passaram de alguns artigos publicados em jornais, que possuem ligações claras de suas finanças ao estado, e poucos posts nas redes sociais.

Todos se baseiam na teoria de que o governador não é alvo de nenhuma investigação oficial. Mas é claro que todos esses boatos, irritariam e muito, qualquer administrador. Mesmo querendo aparentar tranqüilidade, os discursos e as tentativas de provar que não existe ligação alguma entre ele e Cachoeira, são marcados por uma rispidez notória e grande desconforto.

Na intenção de mostrar e tentar convencer que possui o domínio da situação, se ofereceu para ser o primeiro a ser chamado na CPI instaurada para a averiguação das investigações dos negócios ilícitos do bicheiro. Também propôs ser investigado pela Procuradoria Geral da República (PGR).

Os atos são considerados como óbvios por alguns e ato de heroísmo para seus seguidores. Valendo-se do jargão, “quem não deve não teme”, alguns poucos apoiadores, tentam incentivar as suas ações. Se oferecendo para ser um dos primeiros investigados, o governador tenta transmitir a idéia de transparência. Mesmo assim, seus atos não vêem arrastando as multidões de antes.

Mesmo sob as ameaças impostas aos servidores palacianos, apenas alguns mais inusitados, continuam defendendo o governador nas redes sociais. Explodem a todo o momento, áudios que novamente o ligam ao contraventor e seus negócios. Deixando bem claro, que ainda nenhum dos áudios apresentados, consta um diálogo direto entre Marconi e Cachoeira.

Mas o que não consegue ser esclarecido, é a forma insistente que seu nome ou o cargo de “governador”, se fazem presentes nas conversas grampeadas pela Polícia Federal. Será que essa repetição constante, era uma espécie de “affair” de Cachoeira, não correspondido pelo líder de Goiás?

Qualificadas como cretinas, pelo próprio governador, os diálogos que tentam compromete-lo, vem se tornando uma enorme pedra no seu sapato. Mesmo contando, oralmente, com o apoio de seus correligionários do PSDB nacional, o governador terá um árduo trabalho para explicar e provar, que realmente não possui nenhuma ligação com nada disso, que insinuam. Trabalho que passa a ser mais difícil, devido a postura daqueles minguados soldados, que tentam a todo custo, defender o objeto de sua admiração.

A suposta entrega de uma caixa de computador, contendo R$ 500 mil, ainda não confirmados se chegaram ou não ao seu destinatário, foi o último golpe desferido até o momento, contra o Palácio. Isso, poucos dias depois, de mais uma de suas notas oficiais terem repudiado as ações do jornalismo goiano sobre as investigações e cobertura da Monte Carlo. Em uma série de “patinadas” como esta, as Notas Oficiais do Governo, passaram a ser o único material de resposta de um governo cansado e desgastado, utilizada apenas, para desqualificar toda e qualquer ação, desfavorável à sua ideologia. A ideologia de “está tudo bem”.

RODAPÉ

Depois de 51 dias de paralisação dos professores estaduais, o governo chegou a um consenso com a categoria de maneira emergencial. Logo em seguida, estouravam as primeiras suposições de seu envolvimento com Cachoeira.

Após do segundo movimento que buscava desbancar o governador de seu cargo frente ao estado, notas oficiais afirmaram que o movimento não era popular e que não representava a maioria da opinião goiana.

A antecipação do pagamento do serviço público realizado esta semana, juntamente com o ponto facultativo da próxima segunda-feira, pode ser uma tentativa de abrandar um pouco mais as coisas no estado, para tentar oxigenar o diálogo com aliados.









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