segunda-feira, 2 de abril de 2012

DemóstenesTorres: do Apogeu ao Tártaro



Conversando com várias pessoas nos últimos dias, me deparei com uma verdadeira  ” bacia-das-almas” de opiniões, sobre os recentes acontecimentos da nossa política. Em cada canto, encontra-se um numero cada vez mais crescente, de pessoas indignadas com as notícias e os fatos.

É claro, que o que expressarei aqui, leitores, nada mais é, do que a minha opinião sobre o que tenho visto. Assumo, por tanto, a íntegra das responsabilidades que minhas linhas causarem.

Pessoas quando falam de Demóstenes Torres, afirmam: “A culpa é minha”, todavia, eu discordo da afirmação. Em 2010 e em anos anteriores, Demóstenes surgiu como uma nova esperança. Deu vida ao espírito de político competente e honesto, que todos nós, gostaríamos de ver em nossos líderes. Ele trouxe tudo isso à tona. Propôs, a nos livrar da imundice, de todo tipo de corrupção, gatunagem, farra parlamentar e mais uma cartilha inteira de ações e medidas, que carregava de baixo do braço e fomentava seus discursos, com todas essas coisas que realmente precisávamos ouvir.

Demóstenes Torres foi o precursor de uma “nova era” na política brasileira. Encheu de orgulho o âmago de cada goiano, que apostou nele, suas fichas de confiança. Mentor de incontáveis projetos relevantes e importantes no Senado. Projetos que fizeram acreditar em nossa própria valia. A valia de ter levado àquela casa, um homem de tamanha decência. Um filho da Terra Cerradu’s.

O senador era o melhor que poderíamos oferecer. Crítico ferrenho das ações levianas, não mediu esforços para combater as mazelas que prostituíam a política. A promiscuidade teria seus dias contados, caso este homem estivesse em seu encalço. Foram bons os tempos, em que víamos este goiano, não apenas orador, mas também, discutidor dos assuntos legais.

Isso amigos leitores, foi verdade. Esta foi a verdade que ele fez cada um dos seus mais de dois milhões de eleitores, acreditar.

Depois de ter provado suas qualidades Demóstenes chega em 2010, com as melhores provas, de que era sim, o nome ideal para continuar onde estava. Era convincente e talentoso para isso. Apresentou resultados anteriores e vinha para essa nova disputa, com propostas que continuavam encantando. Se política fosse vassouras, as vassouras do democrata, as “vassouras Demóstenes”, eram sem dúvida, as melhores.

O democrata soube vender suas vassouras. Tinha os melhores cabos, a melhor palha, a maior durabilidade e resistência para “varrer” a sujeira da administração pública. Admito, que não votei nele, pelo fato de ter se submetido ao candidato do governo que apoiou, pelo simples temor de não ser reeleito. Uniu-se ao homem, que ele mesmo criticou ferrenhamente, farpeou, acusou e xingou. Pelo menos para mim, manchava sua história, enquanto homem sério à minha opinião.

Estava presente, quando Caiado, saiu de um auditório repleto de pessoas por uma porta, enquanto o candidato ao governo, entrava pelos fundos. Caiado não concordava com a decisão de Torres, mas desejou-lhe sorte mesmo assim. Acho que Ronaldo Caiado, assim como os mais de dois milhões de goianos, acreditou e confiou em Demóstenes.

Hoje, essas pessoas têm de volta, o troco do empréstimo da confiança que tiveram. E hoje é que digo que cada um que votou no senador e suas promessas, não têm culpa nenhuma do que está acontecendo. Apenas ele pode ser responsabilizado por seus próprios atos. Vocês, goianos, são inocentes. O problema é que o super-homem goiano, Demóstenes Torres, enganou a todos. O gigante se apequenou. Humilhou-se e junto humilhou a honra de nosso estado e nossa gente.  Mas mesmo assim, insisto que vocês todos, são inocentes.

O que antes era o melhor que tínhamos, hoje é apenas um cadáver político que nem de longe se assemelha ao homem honesto e digno, que um dia todos nós imaginamos que fosse.  O “morto político” como já se auto intitula, é apenas um moribundo torturado por suas próprias ações, que está conhecendo em vida, o Tártaro do grego Hades. Onde cada dia que passa, em sua agonizante espera, é como uma “pá de cal”, na corrosão de sua história que apodrece.

2 comentários:

  1. Para mim a mascara do Demostenes começou a desmorona justamente como vc mesmo disse quando "Uniu-se ao homem, que ele mesmo criticou ferrenhamente, farpeou, acusou e xingou."
    Foi uma decepção velo do lado de Marconi depois das criticas que ele tinha rasgado ao Governado.
    Parabéns pelo artigo muito bem elaborado

    Ass: Saulo Prado

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  2. A política desde os tempos de Roma, é praticada através de jogos e alianças, onde a prostituição acaba sendo um mal necessário. Não quero acreditar que Demóstenes foi leviano, planejando antecipadamente cada passo que daria. Que em cada investida em nome da justiça era na verdade um cínico e falso. Prefiro acreditar que o homem honrado teve que vender sua honra em nome de continuar tendo os instrumentos necessários a fim de levar adiante a missão a que se propunha. Errou sim, mas não com leviandade. Se prostituiu mas não foi promíscuo. Tomba um guerreiro que muito ajudou a democracia. Tem baixa desonrosa por ter aceitado participar daquilo que se propôs acabar. Lamentável. Muitos o seguirão. E novamente como no tempo de Roberto Jeferson, a república se vê ameaçada. A república de Platão, não a estabelecida pela Constituição Federal.

    Alexandre Santos.

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