quinta-feira, 5 de abril de 2012

Os #FORAS de Goiás

Sinceramente, há alguns dias, vejo minha preocupação aumentar com os movimentos que tem surgido nas redes sociais de algum tempo para cá. Os eventos são associados a uma série de avalanches geradas pelo caso Cachoeira.

O primeiro destes movimentos, o chamado #ForaMarconi, segundo relatos, foi iniciado espontaneamente, por usuários do FaceBook e do Twitter. Não se sabe ao certo, quem são os organizadores do evento. Porém, o mesmo parece estar incomodando a muita gente pró-governo.

Mesmo não havendo acusações formais contra o governador Marconi Perilo (PSDB), milhares de pessoas dão como certa, a sua participação na manifestação que está marcada para o próximo dia 14. O ato chamou a atenção de grandes veículos de comunicação em todo Brasil e conseguiu uma repercussão admirável. Até a í tudo bem. Alegam a espontaneidade da criação do mesmo, que foi uma união de insatisfeitos e coisas do tipo.

As primeiras ilustrações mostram o governador com frases de Impeachment. Válido também. Apesar do que, não existem motivos aparentes, para esta solicitação extrema neste momento. Não existem ainda, acusações ou julgamentos sobre ele. Nem mesmo sabe-se se irão haver. Mas as explicações, é que este é um movimento “popular”.   Se é popular, creio que seja válido.

Em contrapartida, apoiadores do governo estadual, criaram o evento chamado #ForaPauloGarcia, previamente agendado para acontecer no mesmo local, dia e hora do primeiro evento citado. Diante disso, achei a “brincadeira” de muito mau gosto. Porém, ela se enquadra, também, no parâmetro dos direitos igualitários. Em minha opinião, acho que o manifesto contra o prefeito, deveria acontecer na porta do Paço Municipal e não junto aos outros manifestantes de causas contrárias.

Na verdade, o melhor que deveria ser feito, seria a distinção de dias para que todos tenham direito de reivindicar algo.

Este tipo de coisa não é mais comum no Brasil, quanto mais em Goiás. Mas estão reavivando este modelo de protesto nos dias de hoje. O que também acho válido. Mas se eu concordo com os dois manifestos, por qual motivo eu me preocuparia?

A resposta é fácil: irresponsabilidade. Essa irresponsabilidade vem gerando a eminência de uma situação de profundo risco, à segurança dos manifestantes. Tanto de um lado, quanto de outro. É nítida a intenção dos palacianos, os secundários na idéia de movimentar-se, que o desejo, também não justificado contra o prefeito, é de apenas tumultuar a ação de seu grupo rival.

Alguns buscam mudanças efetivas e reais. Mas outros querem apenas diversão e bagunça. E ambas as coisas, por ambas as partes, não irão combinar. Seguidores tentam defender seus líderes. Cultuam seus próprios deuses. Ou então, santificam homens comuns.

Com tudo isso, percebe-se que a política goiana, está sem foco. E que não me sai da cabeça, a hipótese de termos problemas irreparáveis com essas manifestações se nada for feito e se deixarem as coisas correrem como estão. A segurança dos manifestantes estará ameaçada para ambos os grupos.


Saímos do eixo dos direitos democráticos para entramos no campo da pirraça. Sou a favor de que todos tenham direito e voz, mas nada disso está acontecendo. Sou a favor dos manifestos sim, desde que sejam com civilidade. Torço para que a verdade prevaleça e que os errados recebam suas punições cabíveis. Só espero que isso não seja feito, ao custo de ver a Praça Cívica, transformada num campo de guerra, com duas torcidas organizadas, como em um jogo violento de futebol. Errados existem nos dois lados. E isso nunca mudará.  

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